Telemedicina: raio-X de um novo modelo de cuidado

Telemedicina: raio-X de um novo modelo de cuidado

1 de dez. de 2025

Tecnologia na saúde

Compartilhar

Link copiado com sucesso
Link copiado com sucesso
Link copiado com sucesso
melhores hospitais newsweek
melhores hospitais newsweek
melhores hospitais newsweek

Quem assistiu ao desenho animado Os Jetsons, dos anos 1960, provavelmente teve contato com a ideia de telemedicina muito antes de ela existir de fato. Em um dos episódios, Jane Jetson consulta o Dr. Kay Racey sobre um problema de saúde de seu filho Elroy. Tudo isso por uma chamada de vídeo, após chamar o médico apertando um botão vermelho.

Hoje, embora ainda não seja tão fácil realizar uma consulta online, a prática se tornou cada vez mais comum. O modelo traz diversos benefícios, mas também exige limites e cuidados. Este artigo apresenta um panorama completo sobre a telemedicina e seus impactos no ecossistema da saúde.

O que é Telemedicina e como é regulamentada no Brasil

Telemedicina é a prestação de serviços médicos à distância, com uso de ferramentas que permitem avaliar, orientar, monitorar e acompanhar pacientes sem a necessidade de encontro presencial imediato. Essa modalidade tem o potencial de ampliar o acesso ao cuidado, reduzir barreiras geográficas e facilitar o atendimento inicial.

A telemedicina (também chamada oficialmente de telessaúde) envolve três pilares centrais:

Tecnologia segura de comunicação, como vídeo, aplicativos e troca de documentos clínicos.
Registro adequado das informações, incluindo prontuário eletrônico.
Relação médico-paciente preservada, com critérios éticos e técnicos equivalentes ao atendimento presencial.

No Brasil, a telemedicina foi regulamentada em caráter emergencial pela Lei 13.989/2020, que autorizou seu uso amplo durante a pandemia de covid-19. Essa lei foi substituída pela 14.510/2022, que autorizou definitivamente a prática em todo o território nacional.

O Conselho Federal de Medicina disciplinou a telemedicina por meio da Resolução 2.314/2022, que autoriza o exercício de sete modalidades de teleatendimento:

  1. Teleconsulta

  2. Teleinterconsulta

  3. Telediagnóstico

  4. Telecirurgia

  5. Telemonitoramento ou televigilância

  6. Teletriagem

  7. Teleconsultoria

Na saúde suplementar, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) reconhece a prática como parte do cuidado, desde que respeite regras de cobertura, registro clínico, consentimento e proteção de dados dos planos de saúde. A regulamentação tem impulsionado a oferta de serviços digitais e favorecido modelos híbridos de cuidado.

Como funciona a teleconsulta na prática clínica

A teleconsulta ocorre por meio de plataformas seguras que permitem ao médico avaliar o paciente, emitir orientações, solicitar exames, prescrever medicamentos e registrar todo o atendimento no prontuário eletrônico. O processo segue os mesmos princípios técnicos e éticos da consulta presencial, com protocolos adaptados ao ambiente digital.

  1. Agendamento e pré-consulta

O paciente agenda a consulta em um sistema digital. A plataforma coleta informações básicas, histórico clínico, motivo da consulta e documentos necessários. Em alguns serviços, essa etapa inclui triagem inicial e orientações preparatórias.

  1. Ambiente seguro de conexão

A consulta é realizada em um ambiente com criptografia, proibição de gravação sem consentimento e identificação obrigatória das partes. O médico deve garantir privacidade, boa iluminação, áudio adequado e condições para avaliar sinais clínicos possíveis via vídeo.

  1. Avaliação clínica remota

Durante o atendimento, o profissional conduz anamnese completa e orienta o paciente a executar manobras simples, quando necessárias, como medir temperatura ou frequência cardíaca. Caso identifique sinais de alerta, o médico direciona o paciente para avaliação presencial.

  1. Condutas, prescrições e solicitações

O médico pode emitir prescrição digital com certificação ICP-Brasil, solicitar exames, propor condutas e orientar cuidados domiciliares. Todas as decisões devem ser registradas em prontuário eletrônico.

  1. Documentação e continuidade do cuidado

A teleconsulta gera documentos válidos — atestados, laudos e encaminhamentos. Para garantir continuidade, os dados precisam estar integrados ao histórico do paciente e às equipes assistenciais envolvidas.

Impacto da telemedicina no ecossistema da saúde

No Brasil, a adoção da telemedicina cresceu durante e após a pandemia. Segundo a Associação Brasileira de Empresas de Telemedicina e Saúde Digital, entre 2020 e 2021 mais de 7,5 milhões de consultas foram realizadas no país.

No sistema público, estudos recentes mostram aumento expressivo das teleconsultas especializadas no SUS entre 2021 e 2024. É notório que a telemedicina se consolidou como alternativa de cuidado, sobretudo em regiões com menor oferta de especialistas.

Quanto aos desfechos clínicos, há evidências de impacto positivo. Um ensaio clínico randomizado conduzido pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), com 127 pacientes com insuficiência cardíaca, mostrou redução de readmissões e desfechos graves com o uso de telemonitoramento. Após 180 dias, o grupo acompanhado por telemedicina apresentou 26% de readmissões relacionadas à doença, contra 46% no grupo com cuidado usual; mortalidade ou readmissões por todas as causas foram de 30%, ante 47% no controle.

Os principais benefícios da telemedicina podem ser resumidos em:

  • Ampliação do acesso ao cuidado, ao reduzir barreiras geográficas e acelerar o atendimento.

  • Melhora dos desfechos clínicos, com redução de internações e mortalidade em condições crônicas.

  • Aumento da eficiência operacional, com menos filas, otimização da agenda médica e redução de custos administrativos.

  • Fortalecimento da continuidade do cuidado, com integração entre prontuário eletrônico, telemonitoramento e acompanhamento estruturado.

Competências clínicas, requisitos estruturais e modelos de operação

A telemedicina exige competências clínicas bem definidas. O profissional precisa dominar anamnese dirigida para ambientes virtuais, reconhecer limites da consulta remota, identificar sinais de alarme que justificam encaminhamento presencial e utilizar protocolos que asseguram segurança, rastreabilidade e orientação clara ao paciente.

Do ponto de vista estrutural, a operação depende de plataformas seguras, prontuários integrados, sistemas interoperáveis e dispositivos capazes de garantir boa qualidade de áudio e vídeo.

Modelos de operação variam conforme o serviço: teleorientação, teleconsulta, teleinterconsulta, teletriagem e telemonitoramento compõem arquiteturas diferentes de cuidado. Organizações que desejam escalar precisam mapear fluxos, definir indicadores e integrar a telemedicina ao ciclo assistencial, evitando serviços paralelos ou redundantes.

A visão Rivio

A telemedicina não é apenas uma alternativa à consulta tradicional. Ela se tornou um mecanismo de democratização no acesso à saúde, previsibilidade e coordenação assistencial. Na visão da Rivio, é fundamental que o atendimento remoto se conecte aos demais elos da jornada: agendamento, autorização, prontuário, SADT, faturamento, auditoria e indicadores de desfecho.

A solução de IA da Rivio integra essas etapas, reduz glosas, melhora a acurácia clínica e fortalece a sustentabilidade do ciclo da receita hospitalar. Assim, instituições passam a oferecer cuidado mais rápido, seguro e centrado no paciente, com operações mais equilibradas e eficientes.

Conheça a Rivio

Da auditoria ao recebimento dos planos de saúde, a gente cuida de tudo pra você faturar mais. Agende com nosso time agora e participe da revolução.

Conheça a Rivio

Da auditoria ao recebimento dos planos de saúde, a gente cuida de tudo pra você faturar mais. Agende com nosso time agora e participe da revolução.

Conheça a Rivio

Da auditoria ao recebimento dos planos de saúde, a gente cuida de tudo pra você faturar mais. Agende com nosso time agora e participe da revolução.