28 de nov. de 2025
Tecnologia na saúde
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A inovação em saúde no Brasil é moldada por avanços tecnológicos, mas também por colaboração e visão de futuro. Esse movimento se consolidou com a criação da Associação Brasileira de Startups e Healthtechs de Saúde (ABSS) por um grupo de empreendedores dedicados a transformar a realidade do cuidado por meio da tecnologia.
Neste artigo, você entenderá o que define startups e healthtechs e conhecerá a associação que representa e apoia essas empresas em um ecossistema que exige inovação, mas apresenta desafios complexos.
O que é e como atua a ABSS?
A ABSS surgiu em 2016 para ser uma voz coletiva de defesa das empresas em um setor altamente regulado e em rápida mudança. A associação atua como ponte entre startups, hospitais, operadoras e governo em termos de representação e coordenação estratégica.
Definida por seu estatuto como uma “associação civil, sem fins lucrativos, apartidária, autônoma”, com sede no Rio de Janeiro, a ABSS foca em três pilares de atuação:
Representação e defesa: defender os interesses das startups de saúde, promovendo debates nacionais e garantindo padrões éticos.
Qualificação e facilitação: apoiar empreendedores na preparação para o mercado, com estímulo à cultura de colaboração e facilitação do acesso a investimentos.
Fomento ao negócio: incentivar a adoção de tecnologia e soluções inovadoras em saúde por instituições e parceiros estratégicos.
Com isso, a ABSS cria condições para que a inovação em saúde avance com mais segurança, escala e impacto.
Startups e Healthtechs: definições
Startups são empresas projetadas para resolver um problema específico com uma solução inovadora. Ao contrário de empresas tradicionais e consolidadas, elas operam com ciclos rápidos de experimentação e utilizam modelos de negócio que se aliam à tecnologia para gerar impacto positivo.
Healthtechs são um tipo particular de startup focado na área da saúde. Por meio de recursos como telemedicina, auditoria automatizada, prontuários inteligentes e ferramentas de predição clínica, as healthtechs se tornaram peças estratégicas para hospitais, operadoras e gestores públicos.
O papel estratégico da ABSS na inovação
Inovar na saúde é inerentemente difícil. O setor é regulado, sensível, oneroso e sujeito a incertezas. Nesse cenário, a representatividade da ABSS é vital. Além de apoiar a inovação, a associação trabalha para reduzir as barreiras financeiras, legais e administrativas que limitam o crescimento das startups.
A ABSS contribui ativamente para estruturar o ecossistema de startups de saúde.
Articula discussões sobre regulamentação digital.
Promove a interação entre startups e instituições de saúde.
Produz dados e conhecimento sobre o setor.
Apoia a aceleração de soluções de alto impacto.
Aproxima tecnologia e políticas públicas.
Reduz a distância entre desenvolvedores e tomadores de decisão.
A associação funciona como o principal elo entre quem cria a tecnologia (empreendedores) e quem precisa dela (hospitais, operadoras, investidores e o poder público). Seu trabalho garante que as soluções desenvolvidas sejam seguras, validadas e financeiramente viáveis.
Em síntese, a ABSS conecta empresas emergentes ao mercado de saúde já estabelecido, facilitando canais para parcerias, validação e expansão.
Os próximos desafios do setor
Os próximos anos devem ser de crescimento acelerado para as healthtechs no Brasil. A ABSS terá um papel central na liderança para enfrentar os maiores desafios do setor:
Interoperabilidade de dados: a integração de informações entre hospitais, clínicas, operadoras e dispositivos é limitada. A saúde digital só avançará plenamente com o fim dessa fragmentação, o que exige investimento acentuado.
IA responsável: o avanço da inteligência artificial (IA) na prática clínica exige validação, governança, transparência e supervisão humana. A associação deve fomentar e liderar este debate ético e regulatório.
Sustentabilidade financeira: startups devem demonstrar valor rapidamente, e isso é desafiador em um setor conhecido por margens apertadas e rigoroso controle de custos.
Redução da desigualdade de acesso: a digitalização pode ampliar o acesso, mas corre o risco de aprofundar desigualdades. A articulação de estratégias locais e nacionais será decisiva para garantir a inclusão.
Transformação cultural nos hospitais: a tecnologia só gera resultados quando os profissionais a adotam e acreditam nela. Cultivar essa mentalidade é essencial para o sucesso da inovação.
A saúde brasileira está em transição: de um modelo centrado em estruturas para um modelo centrado no paciente, orientado por dados e tecnologia. O futuro da saúde dependerá de um ecossistema articulado, colaborativo e preparado para inovar. A ABSS é um agente crucial que impulsiona essa mudança, ocupando o lugar estratégico de catalisadora de transformação.


