Você já ouviu falar em FIFO, FEFO e LIFO? Parece até nome de personagens de desenho animado ou estrofes de um poema. Na verdade, é com elas que hospitais, clínicas e centros de materiais conseguem organizar seus estoques, evitando desperdícios, protegendo pacientes e ainda ganhando agilidade em diferentes processos da rotina hospitalar.

O que significam FIFO, FEFO e LIFO?

Confira o que está por trás das quatro letras de cada sigla: 

FIFO — “First In, First Out”

Em bom português: “primeiro a entrar, primeiro a sair” (também conhecido como PEPS). Significa que os itens que chegam primeiro no estoque são os primeiros a sair. 

Se você usa FIFO, garante que materiais mais antigos (como seringas, luvas, embalagens) não fiquem parados por séculos. Isso ajuda a manter a rotatividade e evita que o estoque fique cheio de itens “esquecidos” que podem se tornar inúteis.

Também simplifica a gestão contábil, porque sempre se usam os ativos mais antigos — o que pode ajudar no controle de custo.

FEFO — “First Expired, First Out”

Esta sigla tem um tom um tanto mais dramático: “primeiro que expira, primeiro que sai”. Aqui, o critério de prioridade não é a ordem de entrada no estoque, e sim a data de validade. 

Em hospitais, esse é um fator especialmente crítico para medicamentos, vacinas, insumos farmacêuticos e materiais esterilizados. Se você não usa FEFO, corre o risco de ter perdas por vencimento, o que significa gastar dinheiro com algo que vai para o lixo — ou pior, usar algo vencido.

Estudos e manuais hospitalares recomendam a utilização desse método especialmente na Central de Materiais e Esterilização (CME) justamente para evitar reesterilização ou descarte desnecessário. Também ajuda a garantir segurança e compliance regulatório: usar primeiro aquilo que vai vencer evita problemas de qualidade.

LIFO — “Last In, First Out”

Mais contraintuitiva entre as três siglas, significa “último a entrar, primeiro a sair” (ou UEPS, no português). Aqui, você prioriza os itens mais novos para sair primeiro. Quando isso faz sentido na saúde? É menos comum, mas pode ser útil para estoques que não têm prazo de validade importante ou para itens cuja rotatividade não exige uso imediato dos mais antigos.

Pode também servir como estratégia de “segurança”: manter itens mais antigos guardados, enquanto os novos giram primeiro, conhecendo bem os riscos e as necessidades do estoque.

Uma desvantagem: se usada sem critério, pode levar ao acúmulo de itens antigos, ou mesmo gerar problemas de custo contábil, dependendo de como se avalia o estoque.

Por que essas siglas fazem tanta diferença

Confira os impactos positivos das metodologias na gestão da saúde:

• Redução do desperdício e risco clínico: no hospital, desperdício não é só perda financeira — pode significar insumos vencidos ou, pior, uso de materiais fora da validade. O FEFO ajuda a mitigar esse risco.

• Eficiência operacional: com FIFO, fica mais fácil fazer a rotação dos itens, evitando buracos no estoque ou acúmulo excessivo.

• Controle de custos: esses métodos ajudam a organizar o estoque de modo que os gestores saibam exatamente o que está disponível, o que precisa ser reposto e o que deve sair primeiro, impactando na redução dos custos operacionais.

• Segurança regulatória: no setor de saúde, as exigências regulatórias (especialmente para medicamentos e materiais estéreis) são altas. Um bom método de gestão de estoque ajuda a atender normas, evitar perdas e garantir qualidade para o paciente.

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