24 de set. de 2025
Classificação de risco
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Quando um paciente chega a uma emergência de um hospital, cada minuto pode ser decisivo. A escolha entre priorizar um caso grave ou atender rapidamente uma dor aparentemente simples não é apenas um dilema médico: é também uma questão de gestão hospitalar. É nesse cenário que o Protocolo de Manchester se consolidou como referência internacional para a triagem clínica, oferecendo um método padronizado e eficiente para organizar fluxos, reduzir riscos e otimizar recursos.
O que é o Protocolo de Manchester?
Criado no Reino Unido nos anos 1990, o Protocolo de Manchester é um sistema de classificação de risco que define a prioridade de atendimento de pacientes em serviços de urgência e emergência. Em vez de adotar a ordem de chegada como critério, utiliza critérios clínicos objetivos para identificar a gravidade de cada caso.
A metodologia funciona a partir de cinco cores:
Vermelho: atendimento imediato (emergência vital). Situações mais comuns são crises de convulsão, paradas cardiorrespiratórias, hemorragias sem controle, dor no peito com falta de ar, queimadura em mais de 25% do corpo e tentativa de suicídio, entre outros quadros semelhantes.
Laranja: muito urgente (até 10 minutos). Inclui dores muito severas, cefaleia de rápida progressão, arritmia sem sinais de instabilidade, entre outras situações com a mesma gravidade.
Amarelo: urgente (até 60 minutos). Os casos mais comuns são vômitos, intensos, desmaios, crises de pânico, dores ou hemorragias moderadas, irregularidades nos sinais vitais, casos de hipertensão, entre outros.
Verde: pouco urgente (até 120 minutos). Pessoas que apresentem quadros de febre, dores leves, viroses, tonturas, resfriados, náuseas, hemorragia sob controle, entre outros.
Azul: não urgente (até 240 minutos). Dizem respeito a atendimentos de rotina, como administração de medicamentos receitados pelo médico, troca de sonda, dores relacionadas a condições crônicas já diagnosticadas, etc.
Essa classificação garante que o paciente com risco maior seja atendido antes, mesmo que tenha chegado depois de outros na unidade.
Quais equipamentos são indispensáveis para a triagem hospitalar?
Para que a triagem seja realizada de forma segura e eficiente, avaliando o estado geral do paciente e os discriminadores de risco, é essencial contar com um conjunto de materiais hospitalares básicos. São eles:
Termômetro: preferencialmente o modelo de infravermelho, que garante rapidez e evita contato físico. Em sua ausência, os digitais são alternativa viável. Vale lembrar que temperaturas acima de 40 °C exigem prioridade imediata no atendimento.
Glicosímetro: permite verificar a glicemia capilar, confirmando sintomas relatados pelo paciente ou acompanhante. Alterações extremas demandam encaminhamento imediato à emergência.
Oxímetro: indispensável para medir a saturação de oxigênio, parâmetro fundamental na detecção de obstruções nas vias aéreas e na definição de condutas emergenciais.
Esfigmomanômetro: utilizado na aferição da pressão arterial, precisa estar devidamente calibrado para evitar diagnósticos equivocados.
Estetoscópio: complementa a avaliação da pressão e auxilia na análise das condições cardiovasculares.
Relógio para contagem da frequência cardíaca: pode ser pessoal ou hospitalar, mas é essencial para medir com precisão esse indicador vital.
Etiquetas ou pulseiras de identificação: organizam os pacientes de acordo com a escala de gravidade, garantindo mais clareza e agilidade nas intervenções.
Prontuários: em formato digital ou impresso, reúnem informações objetivas que apoiam a tomada de decisão clínica.
Manchester e a gestão hospitalar moderna
O impacto do protocolo vai muito além da triagem. Sua aplicação está diretamente relacionada a uma gestão hospitalar mais moderna e eficiente:
Organização de fluxos internos: hospitais conseguem equilibrar o atendimento entre casos graves e de menor urgência, evitando sobrecarga nas equipes.
Gestão de recursos: a prioridade definida pelo protocolo ajuda a direcionar médicos, equipamentos e salas de atendimento de forma mais estratégica.
Segurança do paciente: ao reduzir erros de avaliação inicial, o sistema fortalece a qualidade assistencial.
Indicadores de desempenho: hospitais que aplicam Manchester têm métricas mais claras de tempo de atendimento, o que facilita decisões gerenciais.
O futuro: aliança com a tecnologia
Se nos anos 1990 o desafio era padronizar critérios clínicos, hoje a evolução está em integrar o Protocolo de Manchester a ferramentas digitais de gestão e inteligência artificial. Sistemas hospitalares modernos já conseguem registrar automaticamente a classificação de risco, gerar relatórios de desempenho e apoiar gestores no planejamento estratégico.
A era da saúde digital abre caminho para que protocolos clínicos não sejam apenas instrumentos assistenciais, mas também pilares de eficiência administrativa.
A Rivio e a moderna gestão hospitalar
A eficiência no atendimento passa não apenas pela triagem clínica, mas também pela saúde financeira e administrativa das instituições. Hoje, muitas já adotam ferramentas de Inteligência Artificial (IA) para otimizar o ciclo da receita e reduzir glosas.
O que a IA consegue fazer:
Ler e interpretar textos clínicos livres, como evoluções médicas;
Detectar falhas documentais, como ausência de justificativas ou contradições;
Cruzar dados clínicos com regras de faturamento;
Gerar recursos de glosa automaticamente, com base em evidências clínicas;
Automatizar o envio unificado do XML para as operadoras.
A RIVIO é uma plataforma de Inteligência Artificial na gestão da saúde que cuida de todo o ciclo da receita hospitalar, aumentando o faturamento e a eficiência operacional. Da auditoria ao recebimento, nossa tecnologia analisa registros clínicos, cruza informações com as contas hospitalares, identifica e corrige glosas, realiza o envio do XML e gerencia os recursos de glosa — tudo de forma automática.
Com a RIVIO, hospitais e clínicas deixam a burocracia nas mãos da IA e podem focar no que realmente importa: cuidar da saúde da população brasileira.
FAQ
1. O Protocolo de Manchester é obrigatório no Brasil?
Não é obrigatório em nível nacional, mas muitas secretarias de saúde e hospitais já o adotam por ser considerado referência em segurança e eficiência.
2. Ele substitui a avaliação médica inicial?
Não. O protocolo é uma ferramenta de apoio, que organiza a triagem, mas não elimina a necessidade do julgamento clínico profissional.
3. Quais são as vantagens do Manchester em relação à triagem tradicional?
A principal vantagem é a priorização baseada em critérios objetivos, reduzindo riscos de atrasos no atendimento de casos graves.
4. Pode ser aplicado em hospitais de pequeno porte?
Sim. O protocolo é flexível e pode ser adaptado à realidade de diferentes estruturas de saúde, desde grandes emergências até unidades menores.
5. Há desafios na implementação?
Sim. Exige treinamento de equipes, adaptação de sistemas e monitoramento contínuo para garantir a aplicação correta.



