Recurso de Glosa: Como Controlar e Recuperar Valores

Recurso de Glosa: Como Controlar e Recuperar Valores

28 de ago. de 2025

Faturamento Hospitalar

Glosas

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Recurso de glosa
Recurso de glosa
Recurso de glosa

O recurso de glosa médica é uma ferramenta fundamental para hospitais e clínicas que atendem planos de saúde. Quando um convênio nega o pagamento de procedimentos já realizados, é através do recurso que as instituições podem contestar essa decisão e recuperar valores importantes para sua sustentabilidade financeira.

Neste artigo, você vai entender como funciona o processo de recurso de glosa, quais são as principais estratégias para aumentar as chances de sucesso e como implementar um controle eficiente para reduzir perdas financeiras. Essas informações são essenciais para profissionais que trabalham com faturamento hospitalar e gestão financeira em saúde.

O que é recurso de glosa médica ou hospitalar?

O recurso de glosa é o processo formal de contestação que hospitais e clínicas utilizam quando discordam da negativa de pagamento feita pelos planos de saúde. Quando um convênio aplica uma glosa - ou seja, nega total ou parcialmente o pagamento de um procedimento -, a instituição tem o direito de apresentar argumentos técnicos e documentais para reverter essa decisão.

Esse mecanismo é regulamentado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e representa uma forma de diálogo técnico entre prestadores de serviços e operadoras de planos de saúde. O objetivo é garantir que os procedimentos realizados adequadamente sejam devidamente remunerados.

Um exemplo prático: imagine que seu hospital realizou uma cirurgia de emergência em um paciente, mas o plano de saúde negou o pagamento alegando falta de autorização prévia. Através do recurso de glosa, você pode demonstrar que se tratava de uma urgência médica, situação em que a autorização prévia não é obrigatória conforme a legislação.

Como funciona o processo de recurso de glosa?

O processo de recurso de glosa segue etapas bem definidas que devem ser respeitadas para garantir a análise adequada pela operadora:

1ª etapa - Identificação da glosa: a equipe de faturamento identifica quais procedimentos foram glosados no demonstrativo de pagamento enviado pelo plano de saúde.

2ª etapa - Análise técnica: profissionais especializados avaliam se a glosa procede ou se há argumentos válidos para contestação.

3ª etapa - Preparação da documentação: reunião de todos os documentos necessários para fundamentar o recurso, como prontuários, laudos médicos e pareceres técnicos.

4ª etapa - Protocolo formal: envio do recurso dentro do prazo estabelecido pelo convênio, geralmente entre 30 a 60 dias após o recebimento da glosa.

5ª etapa - Acompanhamento: monitoramento do andamento do recurso até o recebimento da resposta definitiva da operadora.

Quando é possível apresentar recurso de glosa?

Nem todas as glosas podem ou devem ser contestadas. É importante conhecer as situações em que o recurso tem maiores chances de sucesso para otimizar os esforços da equipe.

Principais situações que justificam recurso de glosa

  • Glosas administrativas indevidas: quando a negativa ocorre por falhas no preenchimento de formulários ou falta de documentos que podem ser facilmente corrigidos.


  • Questões de cobertura contratual: situações em que o plano nega procedimentos que estão claramente cobertos pelo contrato ou pela legislação vigente.


  • Procedimentos de urgência e emergência: casos em que a operadora nega procedimentos realizados em situações de risco de vida, onde a Lei 9.656/98 garante cobertura imediata.


  • Divergências na classificação de procedimentos: quando há discordância sobre o código ou a classificação do procedimento realizado.


  • Negativas baseadas em diretrizes clínicas desatualizadas: casos em que a operadora utiliza protocolos médicos desatualizados para negar procedimentos.

Um exemplo comum é a negativa de exames complementares durante uma internação. Se o médico solicitou uma tomografia para investigar complicações pós-cirúrgicas, e o plano negou por considerar "desnecessário", o recurso pode demonstrar a indicação clínica baseada no quadro do paciente.

Quando não vale a pena recorrer

Existem situações em que o recurso tem poucas chances de sucesso e pode não compensar o investimento de tempo e recursos:

  • Procedimentos não cobertos pelo contrato: quando o tratamento realmente não está incluído na cobertura contratada e não há amparo legal.


  • Documentação insuficiente: casos em que não há como comprovar a necessidade médica do procedimento devido à falta de registros adequados.


  • Glosas já julgadas definitivamente: quando a operadora já analisou recursos anteriores sobre a mesma questão e manteve a negativa com fundamentação sólida.

Como preparar um recurso de glosa eficiente?

A qualidade da documentação e dos argumentos apresentados é fundamental para o sucesso do recurso de glosa. Uma contestação bem estruturada aumenta significativamente as chances de reversão da negativa.

Documentação essencial para o recurso:

  • Prontuário médico completo: incluindo evolução médica, prescrições e todos os registros que justifiquem o procedimento realizado.


  • Laudos e pareceres técnicos: documentos que comprovem a indicação clínica e a necessidade do tratamento.


  • Protocolos e diretrizes atualizadas: referências científicas que sustentem a conduta médica adotada.


  • Legislação aplicável: citação das normas da ANS, leis federais e regulamentações que amparem o caso.


  • Fotografias e imagens: quando aplicável, exames de imagem que demonstrem a condição clínica do paciente.

Estrutura de um recurso bem elaborado

Um recurso de glosa deve seguir uma estrutura lógica e persuasiva.

Identificação clara: dados do paciente, número da guia, procedimento glosado e valor contestado.

Fundamentação técnica: explicação detalhada dos motivos médicos que justificaram o procedimento.

Base legal: citação da legislação que ampara a cobertura do tratamento realizado.

Documentação anexa: lista organizada de todos os documentos que acompanham o recurso.

Conclusão objetiva: solicitação clara da reversão da glosa com os valores a serem ressarcidos.

Principais motivos de glosa e como contestar cada um

Conhecer os motivos mais frequentes de glosa ajuda a preparar argumentos específicos para cada situação. Cada tipo de negativa requer uma abordagem diferente no recurso.

Glosas por falta de autorização prévia

Este é um dos motivos mais comuns de glosa, especialmente em procedimentos eletivos. Para contestar:

Demonstre a urgência: se o caso teve caráter de urgência ou emergência, documente as condições clínicas que justificaram a realização imediata.

Cite a legislação: a Resolução Normativa ANS 428/2017 estabelece prazos máximos para autorização e situações em que ela não é obrigatória.

Comprove tentativas de contato: quando aplicável, apresente registros de tentativas de obtenção da autorização prévia.

Glosas por alegação de procedimento desnecessário

Para procedimentos que utilizaram materiais específicos negados pela operadora.

Lista de materiais cobertos: verifique se o material está na lista oficial da ANS ou no contrato específico.

Equivalência terapêutica: demonstre que não havia alternativa adequada disponível no momento.

Urgência da situação: em emergências, a escolha do material pode ser determinada pela gravidade do caso.

Como implementar um controle eficiente de recursos de glosa?

Um sistema organizado de controle de recursos de glosa é essencial para maximizar as chances de sucesso e otimizar o trabalho da equipe de faturamento.

Organização do processo interno

Planilha de controle: mantenha um registro atualizado com todos os recursos protocolados, prazos de resposta e status atual.

Responsabilidades definidas: estabeleça quem é responsável por cada etapa do processo, desde a identificação da glosa até o acompanhamento do recurso.

Prazos organizados: crie lembretes automáticos para não perder os prazos de protocolo e acompanhamento.

Arquivo organizado: mantenha toda a documentação de cada recurso em pastas identificadas e de fácil acesso.

Indicadores de desempenho importantes

Para avaliar a eficiência do processo de recursos, monitore:

  • Taxa de sucesso dos recursos: percentual de glosas revertidas em relação ao total de recursos apresentados.


  • Tempo médio de resposta: quanto tempo as operadoras levam para analisar os recursos.


  • Valor recuperado: montante financeiro recuperado através dos recursos no período.


  • Principais motivos de negativa: identificação dos tipos de glosa mais frequentes para trabalhar na prevenção.

Estratégias para reduzir a necessidade de recursos de glosa

A melhor estratégia é trabalhar na prevenção das glosas, reduzindo assim a necessidade de recursos e o retrabalho da equipe.

Melhoria nos processos internos

  • Treinamento da equipe: capacite os profissionais de faturamento sobre as regras específicas de cada convênio.


  • Checklist de qualidade: crie listas de verificação para conferir a documentação antes do envio das contas.


  • Comunicação com a equipe médica: estabeleça fluxos claros de comunicação entre o faturamento e os profissionais assistenciais.


  • Auditoria interna: implemente processos de revisão das contas antes do envio aos convênios.

Relacionamento com as operadoras

Esteja atento a pelo menos três aspectos na relação com as operadoras:

  1. Canal de comunicação direto: mantenha contato regular com os analistas das operadoras para esclarecer dúvidas.

  2. Participação em treinamentos: aproveite os cursos e orientações oferecidos pelas próprias operadoras.

  3. Feedback sobre glosas: solicite esclarecimentos detalhados sobre os motivos das negativas para melhorar os processos.

Aspectos legais do recurso de glosa médica

O recurso de glosa está amparado por diversos dispositivos legais que garantem o direito de contestação das instituições prestadoras de serviços.

Legislação aplicável

  • Lei 9.656/98: Lei dos Planos de Saúde que estabelece direitos e deveres de operadoras e prestadores.


  • Resolução Normativa ANS 428/2017: regulamenta os procedimentos de autorização e negativa de procedimentos.


  • Resolução Normativa ANS 395/2016: estabelece critérios para glosas e processos de auditoria.


  • Código de Defesa do Consumidor: aplicável nas relações entre prestadores e operadoras em determinadas situações.

Direitos dos prestadores

  • Prazo para recurso: as operadoras devem conceder prazo mínimo de 30 dias para apresentação de recursos.


  • Justificativa técnica: as negativas devem ser fundamentadas tecnicamente, não apenas administrativamente.


  • Segunda instância: em caso de manutenção da glosa, é possível recorrer à auditoria independente da ANS.


  • Ressarcimento de juros: quando a glosa é revertida, pode haver direito ao ressarcimento com correção monetária.

Tecnologia e automação no controle de glosas

O uso de ferramentas tecnológicas, como a Rivio, pode otimizar significativamente o processo de controle e recurso de glosas médicas.

Benefícios da automação da gestão hospitalar

Integração com faturamento: sistemas que conectam o registro assistencial com o faturamento reduzem erros.

Alertas automáticos: configuração de avisos para procedimentos que podem gerar glosas.

Relatórios gerenciais: dashboards que mostram indicadores de glosas por convênio, período e tipo.

Histórico de glosas: banco de dados com histórico de glosas por operadora para identificar padrões.

agende uma reunião de diagnóstico

Inteligência artificial aplicada

Análise preditiva: sistemas que identificam contas com maior probabilidade de glosa antes do envio.

Classificação automática: ferramentas que categorizam glosas por tipo e prioridade de recurso.

Geração de recursos: plataformas que auxiliam na elaboração automática de recursos padronizados.

Indicadores e métricas para acompanhamento

O controle eficiente de recursos de glosa requer acompanhamento constante através de indicadores específicos.

Métricas financeiras

  • Percentual de glosas sobre faturamento: indica o impacto das glosas na receita total.


  • Taxa de reversão de recursos: mostra a eficiência da equipe na contestação de glosas.


  • Tempo médio de recuperação: mede quanto tempo leva para recuperar valores glosados.


  • Custo do processo de recurso: calcula o investimento necessário para cada real recuperado.

Métricas operacionais

  • Volume de recursos por analista: avalia a produtividade da equipe de recursos.


  • Prazo médio de protocolo: mede se os recursos estão sendo protocolados dentro dos prazos.


  • Taxa de recursos por operadora: identifica convênios com maior volume de contestações.


  • Principais motivos de glosa: ranking dos tipos de negativa mais frequentes.

Casos práticos de recursos bem-sucedidos

Para ilustrar a aplicação prática dos conceitos abordados, vejamos alguns casos reais de recursos de glosa que obtiveram sucesso:

Caso 1: Cirurgia de emergência sem autorização prévia

Situação: Paciente deu entrada no pronto-socorro com quadro de apendicite aguda. Foi realizada cirurgia de emergência, mas o convênio glosou por falta de autorização prévia.

Estratégia do recurso: Apresentação do prontuário completo demonstrando o quadro de urgência, citação da legislação que dispensa autorização prévia em emergências e parecer médico detalhando os riscos de adiamento do procedimento.

Resultado: Glosa revertida integralmente em primeira instância.

Caso 2: Exames complementares em internação

Situação: Durante internação pós-cirúrgica, paciente apresentou complicações que exigiram tomografia e exames laboratoriais adicionais. O plano negou por considerar "excessivos".

Estratégia do recurso: Documentação da evolução clínica que justificou cada exame, protocolos médicos da sociedade especializada e demonstração de como os resultados influenciaram o tratamento.

Resultado: 80% do valor glosado foi recuperado após análise técnica.

Caso 3: Material cirúrgico especializado

Situação: Cirurgia ortopédica utilizou prótese específica que foi glosada por "não estar na lista padrão" da operadora.

Estratégia do recurso: Demonstração de que o material estava coberto pela ANS, parecer do cirurgião sobre a especificidade do caso e comparativo técnico mostrando que não havia alternativa adequada disponível.

Resultado: Glosa revertida após recurso à segunda instância.

Conclusão

O recurso de glosa médica é uma ferramenta fundamental para a sustentabilidade financeira de hospitais e clínicas que atendem planos de saúde. Dominar esse processo significa recuperar valores importantes e reduzir o impacto das negativas indevidas na receita da instituição.

O sucesso no controle de glosas depende de uma combinação de fatores: conhecimento técnico da equipe, organização dos processos internos, documentação adequada e acompanhamento sistemático dos indicadores. Hospitais que investem nessa área conseguem recuperar entre 60% a 80% dos valores inicialmente glosados.

Para implementar um controle eficiente de recursos de glosa, comece organizando seus processos internos, capacitando sua equipe e estabelecendo métricas claras de acompanhamento. Lembre-se de que cada real recuperado através de recursos contribui diretamente para a saúde financeira da sua instituição.

FAQ - Perguntas Frequentes sobre Recurso de Glosa

1. O que é recurso de glosa médica?

O recurso de glosa médica é o processo formal de contestação que hospitais e clínicas utilizam para discordar da negativa de pagamento feita pelos planos de saúde. É uma ferramenta legal para recuperar valores de procedimentos realizados adequadamente.

2. Qual é o prazo para apresentar recurso de glosa?

O prazo varia conforme cada operadora, mas geralmente vai de 30 a 60 dias contados a partir do recebimento da demonstração de pagamento com as glosas. É importante verificar o prazo específico no contrato com cada convênio.

3. Quais documentos são necessários para um recurso de glosa?

Os principais documentos incluem: prontuário médico completo, laudos médicos, pareceres técnicos, protocolos clínicos atualizados, legislação aplicável e qualquer outro documento que comprove a necessidade do procedimento realizado.

4. Qual é a taxa média de sucesso dos recursos de glosa?

A taxa de sucesso varia conforme a qualidade da documentação e dos argumentos apresentados, mas instituições bem organizadas conseguem reverter entre 60% e 80% das glosas contestadas através de recursos bem fundamentados.

5. É possível recorrer de uma glosa já negada em primeira instância?

Sim, é possível apresentar recurso em segunda instância. Se a operadora mantiver a negativa, também há a possibilidade de acionar a auditoria independente da ANS ou buscar outras vias legais.

6. Como organizar o controle interno de recursos de glosa?

Mantenha uma planilha de controle atualizada com todos os recursos protocolados, defina responsabilidades claras para cada etapa do processo, crie lembretes para prazos e organize arquivos de forma sistemática para facilitar consultas.

7. Quais são os principais motivos de glosa hospitalar?

Os motivos mais frequentes incluem: falta de autorização prévia, alegação de procedimento desnecessário, material não coberto, documentação incompleta, erro de classificação do procedimento e divergências sobre indicação clínica.

8. Como calcular o ROI do processo de recurso de glosa?

Divida o valor total recuperado pelos custos do processo (salários da equipe, tempo investido, documentação). Um ROI saudável deve ser superior a 3:1, ou seja, cada real investido deve gerar pelo menos três reais de retorno.

9. Quando não vale a pena apresentar recurso de glosa?

Não compensa recorrer quando o procedimento realmente não está coberto pelo contrato, não há documentação suficiente para comprovar a necessidade, o valor glosado é muito baixo comparado ao custo do recurso ou quando já houve julgamento definitivo anterior.

10. Como melhorar a taxa de sucesso dos recursos de glosa?

Invista em treinamento da equipe, melhore a qualidade da documentação médica, mantenha protocolos atualizados, estabeleça comunicação eficiente com as operadoras e implemente processos de auditoria interna antes do envio das contas.

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