14 de out. de 2025
Gestão hospitalar
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Todo mundo sabe que há algum tempo a Inteligência Artificial (IA) deixou de ser uma conversa sobre ficção científica ou promessa distante, inclusive no segmento hospitalar. Ela está presente em diagnósticos, logísticas, faturamento, codificação médica, tomada de decisões estratégicas em hospitais, automação de rotinas administrativas e em outros setores.
Sendo assim, cabe perguntar: será que as faculdades de Administração estão prontas para formar gestores que não apenas conhecem IA, mas que pensam e atuam integrando-a no seu dia a dia?
Este artigo defende a visão de que os cursos superiores de Administração deveriam adaptar seus currículos o quanto antes, oferecendo formação que combine fundamentos sólidos de gestão com competências emergentes ligadas à IA.
É o que pensam alguns professores e gestores que já estão alinhados com essa visão. Até porque é necessário entender como tudo isso se conecta diretamente à moderna gestão hospitalar, segmento em que a aplicação de IA já não é opcional, mas uma necessidade estratégica.
Por que mudar o currículo de Administração
Não são poucas as razões para que cursos superiores atualizem o quanto antes os conteúdos abordados em salas de aula. Confira algumas delas:
Mudança no perfil do mercado
As empresas — inclusive hospitais e serviços de saúde — esperam gestores que não só compreendam finanças, logística, pessoas, estratégia etc., mas que também consigam interpretar dados, usar IA para prever cenários, automatizar processos, otimizar recursos. Quem forma gestores sem estas competências estará criando profissionais despreparados.Competência diferencial
Saber aplicar IA — mesmo de forma básica, com a interpretação de algoritmos, entendimento da ética de dados, segurança, integridade, privacidade — se torna um diferencial competitivo. Em muitas organizações isso já é requisito, ou passará a ser, em breve.Desafios éticos e regulatórios
A IA traz oportunidades, mas também riscos, como algoritmos tendenciosos, dados pessoais, falhas em automações, impacto social. Professores e gestores que dominem, ainda que minimamente, esses aspectos poderão formar uma geração mais responsável e focada na sustentabilidade dos negócios.Integração interdisciplinar A gestão com IA exige diálogo entre administração, estatística, ciência de dados, tecnologia da informação e ética. Um currículo bem adaptado precisa estimular essa interdisciplinaridade.
Depoimentos e exemplos práticos
Embora muitas instituições ainda estejam no início desse processo, já há vozes e práticas que apontam caminhos. É o caso da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), onde o professor Alexandre Moraes Ramos ministrou palestra sobre “Inteligência Artificial na Gestão Universitária”, destacando como a IA pode transformar a gestão universitária, otimizando processos, ampliando a qualidade dos serviços e ampliando políticas institucionais para uso ético da IA.
No Centro Universitário do Rio Grande do Norte (UNI-RN), durante o Seminário de Integração Docente, o professor Leonardo Medeiros enfatizou que “a IA não vai substituir o professor, mas pode ser uma aliada. Comecem a testar, aprendam com os erros, adaptem suas práticas.”
Na Unifametro, uma capacitação em IA para gestores indicou que até 80% das tarefas administrativas podem ser otimizadas com IA, e que empresas que a integram em decisões estratégicas tendem a aumentar produtividade substancialmente.
Levantamento realizado em 2023 pela Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp), em parceria com a Associação Brasileira de Startups de Saúde (ABSS) revela que mais de 60%dos hospitais privados brasileiros já usam IA de alguma forma em processos clínicos, administrativos ou operacionais — chatbots, apoio à decisão clínica, análise de imagens médicas, segurança da informação.
Gestão hospitalar: o presente já virou futuro
A gestão hospitalar ilustra por que gestores formados apenas nos modelos tradicionais podem se sentir sobrecarregados. Afinal, hospitais são organizações complexas, com múltiplos fluxos, riscos clínicos, exigências de regulação, pressão por eficiência, qualidade de atendimento e sustentabilidade financeira.
Alguns exemplos de como IA já está presente na área da saúde:
Iniciativas reais em hospitais públicos: o Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), integrante da Rede Ebserh, elaborou 12 projetos com IA, contemplando desde priorização de filas e detecção de câncer de pele, até patologias digitais, inspeção de instrumentais, auditoria interna etc.
Qualidade de Informação Clínica: iniciativas como DoctorAssistant.ai e iHealth automatizam documentação médica e sugerem códigos hospitalares (como no modelo DRG), resultando em melhorias relevantes nos índices de qualidade de informações clínicas.
Infraestrutura hospitalar + automação operacional: hospitais privados têm investido não só em soluções visíveis (“frente clínica”), mas em bastidores — automação de estoques, segurança, detecção de falhas de sistemas críticos, otimização de leitos, previsibilidade de demanda.
Os cursos de Administração que não adaptarem seus currículos para abarcar competências ligadas à Inteligência Artificial correrão o sério risco de formar gestores com gap de relevância, ou seja, não estarão prontos para os desafios de eficiência, inovação e ética que o mercado, especialmente o da saúde, exige.
Para a gestão hospitalar, esse gap é especialmente crítico: tratar pacientes com qualidade, inovar em atendimento, lidar com regulação e compliance, manter viabilidade financeira, tudo isso exige visão digital, dados, automação, previsibilidade. Em síntese, exige gestores que conheçam IA não como “ferramenta facultativa”, mas como parte central da estratégia.
Rivio e seu papel na saúde
A Rivio se insere nesse cenário de colaboração entre tecnologia, gestão hospitalar e eficiência operacional. Como empresa focada na otimização do ciclo da receita na área da saúde, a Rivio ajuda hospitais a cuidarem de todo o processo de faturamento — codificação, auditoria, credenciamento, cobrança etc. — de modo a que os gestores possam focar naquilo que realmente importa: a qualidade dos serviços oferecidos, a segurança do paciente e a eficiência clínica e operacional, em lugar de se perderem nos labirintos burocráticos do faturamento e da receita.
Em hospitais que trabalham com a Rivio, parte do “ruído” de incerteza sobre se todos os passos do faturamento estão corretos, ou se há perdas evitáveis, deixa de existir. Isso libera energia, tempo e recursos para investimentos em atendimento, inovação, humanização — justamente os aspectos que um gestor formado com visão moderna de IA deveria priorizar.