5 de dez. de 2025
Administração na saúde
Compartilhar
O Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos (Revalida) é uma avaliação instituída pelo governo federal em 2011, articulada entre o Ministério da Educação (MEC) e o Ministério da Saúde, para avaliar e reconhecer diplomas de medicina expedidos por instituições estrangeiras.
O exame é aplicado duas vezes ao ano e desde 2024 é a única forma aceita de revalidação de diplomas no exterior, por meio da Resolução n. 2 19 de dezembro de 2024 do Conselho Nacional de Educação (CNE), com apoio do Conselho Nacional de Saúde (CNS).
Qual a importância do Revalida?
O Revalida surgiu como resposta ao crescimento contínuo do número de brasileiros e estrangeiros formados no exterior que buscavam exercer a medicina no país. Antes dele, cada universidade definia regras próprias para a revalidação, o que gerava insegurança jurídica, prazos esticados e disparidade de critérios.
Com o Revalida, a comunidade médica passou a ter um método nacional, padronizado e transparente para verificar se a formação obtida fora do país corresponde às exigências das faculdades brasileiras. O objetivo é garantir que todos os médicos, independentemente de onde se formaram, atendam aos mesmos padrões de qualidade e segurança exigidos pelo sistema de saúde brasileiro.
Programas federais, como o Mais Médicos, frequentemente exigem a revalidação do diploma para a atuação plena. Assim, o papel do Revalida é essencial como porta de entrada para milhares de profissionais estrangeiros e brasileiros retornados.
O que é cobrado no exame?
Composto por etapa teórica e prática, o exame avalia desde conhecimentos fundamentais até a capacidade de conduzir atendimentos reais com segurança e qualidade.
Etapa teórica
O exame se baseia na Matriz de Correspondência Curricular para fins de revalidação de diplomas de médico expedidos por universidades estrangeiras, que engloba cinco grandes áreas de exercício profissional:
1) Cirurgia;
2) Medicina de Família e Comunidade (MFC);
3) Pediatria;
4) Ginecologia-Obstetrícia;
5) Clínica Médica.
Essa parte da avaliação verifica a base científica do candidato, a capacidade de raciocínio clínico e a aplicação dos protocolos utilizados no Sistema Único de Saúde.
Etapa prática
A etapa prática ocorre em estações que simulam cenários comuns da rotina médica, como consultas, exames físicos, comunicação de condutas e execução de procedimentos. O desempenho do candidato demonstra se ele tem habilidades técnicas, postura profissional e julgamento adequado para atuar em ambientes reais.
Aprovação e credenciamento
O processo é concluído quando o candidato aprovado encaminha toda a documentação à universidade pública credenciada que finalizará a revalidação do diploma. Com isso, o profissional obtém o direito de exercer a medicina no Brasil de acordo com os mesmos requisitos exigidos aos graduados no território nacional.
Apenas 33% de aprovados
Dados do CFM mostram que, no acumulado de 2011 a 2025, foram 109.935 inscrições, de 46.290 indivíduos (a mesma pessoa pode se inscrever quantas vezes quiser até passar). Os candidatos são de 94 nacionalidades diferentes e tentam revalidar diplomas obtidos em 89 países. São 15.318 aprovados até hoje, apenas 33,09% dos inscritos.
A grande maioria dos inscritos são brasileiros (84,25%) que estudaram fora do país, e outras nacionalidades que se destacam são cubanos (2.042 aprovados) e bolivianos (1.014 aprovados).
Os índices de aprovação mostram a complexidade do processo e reforçam a necessidade de preparação rigorosa por parte dos candidatos. Ao centralizar critérios e procedimentos, o Revalida se mantém como instrumento essencial para a formação de uma força de trabalho médica qualificada e alinhada às exigências do sistema de saúde do país.


